quarta-feira, 11 de junho de 2008

Às gerações futuras


Eu vos contemplo
Da face oculta das coisas.
Meus desejos são inconclusos,
Minhas noites sem remorsos.
Eu vos contemplo,
Pelas grades insensíveis.
Meu sonho,É uma grande rosa.
Minha poesia,Luta.
Eu vos contemplo
Da virtual extremidade.
Minha vida (pela vossa).
Meu amor,Vos liberta.
Eu vos contemplo
Da própria contingência.
Mas minha força
É imbatível
Porque estais
À espera.
Eu vos contemplo
Pelo fogo da batalha.
Meus soldados
Não se rendem.
O grande dia
Chegará.
Eu vos contemplo
Gerações futuras,
Herdeiros da paz e do trabalho.
As grades esmaecem
Ante meu contemplar.


Emmanuel Bezerra dos Santos,
militante do Partido Comunista Revolucionário,
Torturado e assassinado pela ditadura Militar
(Escrito na prisão da Base Naval de Natal/1968)

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